Um hospital na Espanha fez uma cirurgia para retirar um tumor cardíaco de um bebê. Teria sido um procedimento comum se não fosse por um detalhe: o pequeno ainda estava dentro do útero da mãe. Essa é a primeira vez que uma intervenção desse tipo é realizada no país.
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Com isso, a cirurgia aconteceu no Hospital Universitari i Politècnic La Fe, na cidade de Valência. A operação envolveu mais de trinta profissionais, divididos em duas equipes na mesma sala: uma para a mãe e outra para o bebê.
“Nos dias anteriores, nós ensaiamos o cenário que ia acontecer na sala de cirurgia, usando técnicas de simulação clínica”, explicou a médica Sonia Garcés, especialista em anestesia pediátrica do hospital.
Com isso, o bebê tinha um tumor cardíaco raro conhecido como teratoma intrapericárdico. Ele foi diagnosticado em exames de rotina quando estava na 24ª semana de gestação.
Quando o quadro foi descoberto, o tumor já estava comprimindo os vasos e o coração. Os médicos tentaram aliviar essa compressão usando técnicas obstétricas, mas o tumor continuou crescendo e uma medida mais drástica precisou ser tomada.
Com 28 semanas, os médicos decidiram encerrar a gestação para que o bebê pudesse ser operado. Só que havia um desafio: a cirurgia teria de acontecer antes de cortar o cordão umbilical.
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“A complexidade do procedimento se deu pelo fato de que, pelas características do tumor, a paciente poderia falecer imediatamente após o corte do cordão umbilical que a prendia à mãe.
Assim, teve que ser mantida presa à placenta enquanto ela era estabilizada e o procedimento cirúrgico começava”, afirma Raquel Escrig , chefe do setor de Neonatologia.
Foi realizada, então, uma cesárea e o bebê foi mantido vivo graças à ligação com a placenta da mãe. Ele foi entubado antes de o cordão umbilical ser cortado e, assim, o tumor pode ser retirado. Na hora do nascimento, ele pesava apenas 900 gramas.
Depois meses depois, já fora da barriga da mãe, o bebê precisou passar por uma outra cirurgia para retirar pedaços do tumor, que voltou a crescer. Agora, depois de dois ciclos de quimioterapia, ele está bem e livre da doença.
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