Pesquisadores da Universidade de Bristol identificaram o que seria o lagarto mais antigo conhecido, com impressionantes 205 milhões de anos.
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Com isso, levando o nome de Cryptovaranoides microlanius, o fóssil foi encontrado em rochas do período Triássico em uma pedreira próxima à cidade de Bristol, no Reino Unido. O estudo mais recente sobre o achado foi publicado na última quarta-feira (27) na revista Royal Society Open Science.
Com isso, o nome científico do animal, que pode ser traduzido como “lagarto escondido, pequeno açougueiro”, faz referência aos seus dentes afiados, usados provavelmente para cortar presas.
O fóssil pertence a uma subordem chamada Anguimorpha, que engloba lagartos modernos e seus parentes próximos.
Assim, o espécime foi analisado em detalhe utilizando tecnologia 3D, que permitiu recriar uma visão minuciosa de sua estrutura óssea. Este trabalho complementa uma pesquisa anterior publicada em 2022 na Science Advances, que também afirmava que o pequeno réptil representava um dos primeiros lagartos modernos do mundo.
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Dessa forma, a descoberta, no entanto, gerou uma acalorada disputa na comunidade científica. Em 2023, outra equipe de pesquisadores publicou um artigo sugerindo que o fóssil não era um lagarto, mas um arcossauromorfo — grupo que inclui crocodilos e dinossauros.
“Foi surpreendente, talvez até chocante, ver uma equipe contestando nossas conclusões iniciais e sugerindo que Cryptovaranoides não era sequer relacionado a lagartos”, afirmou o professor Mike Benton, coautor do estudo mais recente.
Determinados a esclarecer a questão, os pesquisadores da Universidade de Bristol reexaminaram cuidadosamente o fóssil original, além de revisitar todos os dados e argumentos apresentados na pesquisa contrária.
“Realizamos análises detalhadas de centenas de características anatômicas, comparando Cryptovaranoides com lagartos modernos, fósseis e arcossauromorfos. Todas as evidências confirmam nossa conclusão original: ele é, de fato, o lagarto mais antigo já registrado”, explicou Benton.
Os cientistas destacam que detalhes do crânio, mandíbula, dentes e membros do fóssil reforçam sua posição dentro do grupo dos lagartos, encerrando o debate em favor da classificação inicial.
A descoberta não apenas reafirma a posição do Cryptovaranoides microlanius como o lagarto mais antigo do mundo, mas também contribui para a compreensão da evolução dos répteis modernos.
A pesquisa é mais um exemplo de como a paleontologia, mesmo diante de discordâncias, continua a iluminar aspectos desconhecidos da história da vida na Terra.
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