Depois de enfrentar uma ‘odisseia’ de dez anos com caminhos repletos de obstáculos e desafios com sucuris, onças, carrapatos, bugios, tempestades e inúmeras tentativas frustradas, o biólogo Ricardo Plácido conseguiu o que pesquisadores e observadores de aves do mundo todo sonhavam em conquistar: o registro da ave tovacuçu-xodó (Grallaria eludens).
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Na última quinta-feira, 9 de janeiro, em uma região do Parque Estadual Chandless, no Acre, ele fez, depois de três dias consecutivos de tentativas, as primeiras imagens com foco da espécie, que é uma ave enigmática e pouco conhecida da família Grallariidae, encontrada na Amazônia do leste do Peru e no oeste acreano.
Desde que a ave foi descrita, em 1969, pelos pesquisadores George Lowery e John O’Neill, através da captura de um indivíduo da espécie no Peru, o animal nunca tinha sido fotografado ou filmado por ninguém na natureza.
Com isso, o que se sabia sobre essa ave terrestre era apenas a vocalização e também alguns avistamentos, principalmente em terras peruanas.
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Assim, as dificuldades para encontrar a espécie arisca são inúmeras, devido à baixa densidade populacional, e localização de difícil acesso, habita em emaranhados de mata, em meio a depressões, pirambeiras e igarapés.
“É uma ave extremamente inconspícua e uma das mais raras do mundo, pouco conhecida e bem complicada de encontrar. Às vezes você até ouve o canto, mas para ver é complicado. É um bicho furtivo, sorrateiro…. em outras palavras, um ninja das sombras”, conta Plácido.
O nome científico, inclusive, Grallaria eludens, faz alusão a este comportamento. De acordo com o biólogo, eludens, do latim, significa fugir e evadir.
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