Após filho trans de 10 anos fazer acompanhamento no HC da USP, mãe também faz transição: ‘Agora sou o Raphael, pai do Gustavinho’

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“Agora sou o Raphael, pai do Gustavinho”, disse o encarregado de logística Raphael Batista nesta semana.

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Com isso, ele se assumiu homem trans após o filho também transgênero fazer acompanhamento no Hospital das Clínicas (HC) da Universidade de São Paulo (USP).

Os dois nasceram com características biológicas femininas, mas se identificam como sendo do gênero masculino. O pai falou que faz sua transição no Hospital Municipal do Campo Limpo.

As duas unidades médicas são da rede pública e oferecem serviços gratuitos para trans, seguindo protocolos previstos no Sistema Único de Saúde (SUS) do Ministério da Saúde, além de recomendações do Conselho Federal de Medicina (CFM).

Transexualidade não é doença; é, na verdade, como uma pessoa se identifica com um determinado gênero ou não, independentemente do sexo biológico.

Esta quarta-feira (29) é o Dia Nacional da Visibilidade Trans. A data reafirma a importância de se intensificar ações de combate ao preconceito e violência contra uma comunidade tão vulnerável no país, como a de pessoas transgêneros e travestis. Transfobia, por exemplo, é crime.

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Raphael tem 38 anos. No ano passado, parou de se identificar com o gênero feminino e pediu para ser chamado pelo masculino. Contou a decisão para a família e para seus mais de 24 mil seguidores nas redes sociais.

Ele e o filho têm uma página conjunta no Instagram, em que mostram fotos, vídeos sobre suas rotinas e também falam sobre transexualidade.

Gustavo é estudante e ator. Já fez filmes interpretando crianças trans e meninos cisgêneros. Está com 10 anos, mas começou a transacionar aos 4, quando passou a ser atendido pelo Ambulatório Transdisciplinar de Identidade de Gênero e Orientação íntima (Amtigos) do Instituto de Psiquiatria, e pela Unidade de Endocrinologia Pediátrica do Instituto da Criança do HC da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).

Devido à matéria sobre o atendimento de crianças e adolescentes trans pelo HC da USP, alguns deputados estaduais conseguiram instalar na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Transição de Gênero.

Parlamentares contrários ao atendimento de menores de 18 anos queriam saber se esse acompanhamento era legal e se seguiam as recomendações médicas já estabelecidas nos conselhos superiores do país.

Por cinco votos a favor e três contrários, os deputados aprovaram em 2023 o relatório final da CPI. Ele pedia, entre outras coisas, a suspensão de novos atendimentos de pessoas trans no Hospital das Clínicas. Segundo alguns parlamentares, havia suspeita de irregularidades no programa.

O documento solicitava também providências de diversas autoridades e seguiu para a análise de órgãos como o Ministério Público Federal (MPF) e o governo de São Paulo.

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