Mãe apoia filha com paralisia cerebral e as duas se formam na faculdade de direito

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Mãe e filha, que tem paralisia cerebral, conquistaram juntas o diploma de Direito em Uberaba.

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A jornada das duas começou quando Liliane Martins, de 56 anos, decidiu estudar ao lado da filha, para apoiá-la nos desafios acadêmicos.

Agora, com o sonho de se tornar juristas, elas se preparam para o próximo desafio: a prova da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Júlia Martins dos Reis Santos, de 24 anos, nasceu prematura e, como consequência, teve paralisia cerebral, o que não a impediu de realizar os sonhos dela. “Eu cresci lutando”, disse ela em entrevista à TV Integração.

A mãe é professora e sempre ajudou a filha nos estudos, desde o ensino infantil. Na faculdade não foi diferente. Liliane acabou se apaixonando pela área e, incentivada pela filha e pelo coordenador do curso, resolveu também fazer a graduação. “Meu objetivo é apoiar a Júlia”, disse.

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As duas começaram o curso no Centro Universitário Faculdade de Talentos Humanos (UniFacthus) em 2020, no primeiro mês da pandemia de Covid-19. Elas ficaram por um ano e meio estudando à distância, depois fizeram o restante do curso de forma presencial.

A mãe também contou que as duas já tiveram dificuldades durante o ensino da Júlia, visto que ela sempre atuou como professora de apoio da filha. Por vezes, as pessoas se questionavam se quem estava respondendo as questões de provas e atividades era a Liliane e não a filha. E a jovem constantemente tinha que provar a capacidade dela.

“A Júlia é muito inteligente, capaz e autêntica. Ela sempre exigiu que na hora de fazer as provas com ela eu lesse as respostas para ela ver se eu coloquei a resposta que ela tinha falado”, contou a mãe.

Na faculdade, as coisas foram mais fáceis. Liliane acredita que o ambiente universitário estava mais preparado para atendê-las, com professores que eram muito próximos dela e percebiam, nas interações em sala de aula, que as respostas e entendimento vinham da própria jovem.

Agora, o foco das duas é a prova da OAB, que irão fazer em outubro. Mas o sonho da Júlia não para por aí. Ela quer se dedicar à carreira jurídica e se tornar juíza. “Nosso lema sempre foi esse, nunca desistir”, disse.

“A mensagem que fica é que eu sei que eu sou guerreira. Eu sei o quanto eu lutei e isso é o que importa, não o que as pessoas pensam”, afirmou Júlia.

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