Apenas duas espécies na Terra são conhecidas por trabalhar juntas para carregar objetos maiores que elas mesmas: humanos e formigas.
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E foi essa semelhança que inspirou um experimento inovador do Instituto Weizmann de Ciência, cujos resultados foram publicados na prestigiada revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
No estudo, pesquisadores colocaram grupos de humanos e formigas diante do mesmo desafio: transportar um objeto em formato de T por um labirinto com passagens estreitas, uma tarefa que exigia coordenação e tomada de decisões coletivas.
Assim, os humanos participaram sob diferentes condições, incluindo restrições na comunicação, enquanto as formigas, da espécie Paratrechina longicornis, foram induzidas a acreditar que o objeto era alimento para o ninho.
Com isso, o experimento revelou que, mesmo sem um líder ou instruções explícitas, as formigas desenvolveram estratégias mais eficientes do que os humanos.
“Nós queríamos encontrar um quebra-cabeça que uma única formiga não conseguisse resolver, mas que muitas formigas pudessem,” explica o físico Ofer Feinerman, professor do Weizmann e autor do estudo.
“Então passamos um ou dois meses tentando quebra-cabeças cada vez mais difíceis que representassem um obstáculo substancial para uma formiga individual – e o que você vê neste trabalho é a quinta tentativa”, explica.
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Como esperado, os humanos sozinhos tiveram um desempenho superior ao das formigas individuais, graças à sua capacidade de planejamento e cognição avançada. Mas Feinerman conta que o cenário mudou quando os desafios foram realizados em grupo, especialmente entre os maiores.
Nesse caso, as formigas não apenas superaram indivíduos de sua própria espécie, como também, em alguns casos, obtiveram resultados melhores que os grupos humanos.
E o diferencial das formigas foi uma estratégia coletiva eficiente, baseada no que os pesquisadores chamam de “memória emergente”. Esse fenômeno permitiu que o grupo persistisse na mesma direção mesmo após encontrar obstáculos, evitando repetir erros.
“Um dos padrões que mostram isso é que as formigas mantinham a direção do movimento mesmo depois de colidir com uma parede”, explica Feinerman. “Elas conseguiam voltar até a entrada do beco sem saída antes de tentar uma nova abordagem. Essa memória coletiva ajudava a evitar armadilhas.”
Esse comportamento ficou evidente em dois aspectos. Primeiro, ao encontrar um beco sem saída, as formigas conseguiram retornar até o início do caminho antes de testar novas rotas.
Segundo, os grupos maiores desenvolveram um padrão de “deslizamento na parede” – em vez de parar ao bater em um obstáculo, elas se moviam ao longo da barreira até encontrar uma passagem viável, o que tornava sua trajetória mais eficiente.
Enquanto isso, os humanos não mostraram a mesma vantagem em grupo. Quando foram impedidos de se comunicar, seu desempenho caiu em relação ao individual. Além disso, tendiam a escolher soluções rápidas e intuitivas, mas que não eram eficazes a longo prazo.
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