Após passar sete dias preso injustamente, o vigilante Luís Fabiano da Silva, de 49 anos, foi libertado por decisão da Justiça do Rio Grande do Sul. Ele havia sido acusado de liderar um grupo que planejava ataques com bombas ao show da cantora Lady Gaga, ocorrido no dia 3 de maio no Rio de Janeiro. A investigação revelou, no entanto, que criminosos haviam invadido sua rede Wi-Fi e utilizado seu endereço de IP para disseminar mensagens de incitação ao atentado em grupos da plataforma Discord.
Luís Fabiano, que não possuía antecedentes criminais, afirmou que desconhecia até mesmo a realização do show da cantora no Brasil. “Parecia um pesadelo que nunca ia terminar. Você viver sempre limpo, sem dever nada para ninguém e te prejudicarem desse jeito”, desabafou o vigilante ao jornal Zero Hora.
A prisão de Luís Fabiano ocorreu durante a Operação Fake Monster, conduzida pela Polícia Civil do Rio de Janeiro em conjunto com o Laboratório de Cibercrimes do Ministério da Justiça. A operação, deflagrada no mesmo dia do show, cumpriu 15 mandados de busca e apreensão em quatro estados. Durante a ação, um homem foi preso no interior do Rio de Janeiro e um menor foi apreendido.
As investigações apontam que o grupo por trás das ameaças era formado por jovens recrutados em desafios online no Discord. Eles eram incentivados a buscar notoriedade digital e expressavam discursos de ódio contra minorias. O verdadeiro líder do grupo, segundo as autoridades, seria um jovem da capital fluminense que já está preso.
Apesar da soltura, Luís Fabiano ainda poderá responder por posse ilegal de arma de fogo, já que um revólver foi encontrado em sua casa durante o cumprimento do mandado de busca.
