Em uma decisão bombástica nesta sexta-feira (30/5), a Suprema Corte dos Estados Unidos autorizou o governo de Donald Trump a encerrar o programa de permanência temporária que beneficiava mais de 500 mil imigrantes da Venezuela, Cuba, Haiti e Nicarágua. A medida, que abre caminho para deportações em massa, marca um duro golpe nas políticas migratórias implementadas por Joe Biden.
O programa, criado em 2022, permitia que cidadãos desses países entrassem legalmente nos EUA com vistos de dois anos, desde que tivessem um patrocinador local. A entrada era feita por via aérea, o que ajudava a controlar o fluxo migratório. A autorização, conhecida como “liberdade condicional”, dava aos imigrantes o direito de viver e trabalhar legalmente no país por razões humanitárias ou de interesse público.
Porém, com a volta de Trump ao poder após vencer as eleições de novembro, o fim do programa foi anunciado em março. Uma tentativa de barrar a medida por um tribunal federal em Boston chegou a ter sucesso, mas foi derrubada pela Suprema Corte, que não divulgou o placar da votação nem justificativas formais. Apenas duas magistradas votaram contra a decisão.
O Departamento de Justiça defendeu o fim do programa, alegando que ele enfraquecia políticas migratórias essenciais e interferia em decisões democraticamente aprovadas. Já os imigrantes afetados alertaram para os riscos que correm caso sejam deportados, incluindo perseguições, separações familiares e até morte nos países de origem.
A decisão reacende o debate sobre imigração nos EUA e pode provocar uma onda de protestos e reações internacionais. Com mais de meio milhão de pessoas em situação vulnerável, o futuro de milhares de famílias agora depende de decisões políticas e judiciais que ainda estão por vir.