
















A Justiça do Rio de Janeiro decidiu nesta segunda-feira (2/6) revogar a prisão preventiva de MC Poze do Rodo, atendendo a um pedido de habeas corpus da defesa do funkeiro. Preso na última quinta-feira (29/5), o cantor agora responderá em liberdade às acusações de apologia ao crime e suposta ligação com o tráfico de drogas.
A decisão do desembargador Petersburgo Barroso Simão impôs uma série de restrições ao artista: ele não poderá sair do estado do Rio de Janeiro, deve comunicar qualquer mudança de endereço à Justiça, entregar o passaporte e evitar contato com outros investigados ou pessoas ligadas ao Comando Vermelho — facção à qual Poze teria declarado vínculo ao dar entrada no presídio de Bangu.
A prisão de MC Poze gerou forte repercussão nas redes sociais e foi amplamente criticada por artistas e políticos. MC Daniel, Orum, MC Cabelinho e a deputada Erika Hilton se manifestaram contra a abordagem da Polícia Civil do Rio de Janeiro, classificando a ação como midiática, desproporcional e até racista. O cantor foi detido descalço e sem camisa, o que, para muitos, simbolizou o preconceito estrutural nas forças de segurança.
Vivi Noronha, esposa de Poze, também denunciou a conduta da polícia, alegando que foram tratados “como lixo” durante a operação e acusando os agentes de sumirem com joias do casal. Após a soltura, ela comemorou nas redes sociais: “Obrigada Jesus! Saiu a decisão. MC não é bandido. Aceitem!”
Além das investigações criminais, o cantor enfrenta pressão política. Parlamentares enviaram ao Ministério Público Federal um pedido para que músicas de Poze consideradas “irregulares” sejam removidas das plataformas digitais, intensificando o cerco ao artista.
A liberdade de MC Poze reacende o debate sobre o limite entre arte e crime, racismo institucional e a atuação da polícia em casos envolvendo figuras públicas da periferia. Com o inquérito ainda em andamento, o desfecho dessa história promete novos capítulos — e muita controvérsia.