Em um movimento que promete agitar o cenário político argentino, a ex-presidente Cristina Kirchner confirmou sua candidatura ao cargo de deputada pelo terceiro distrito eleitoral da província de Buenos Aires. O anúncio foi feito na última segunda-feira (2/6), marcando seu retorno oficial à disputa eleitoral, agora em uma posição estratégica dentro do território governado por Axel Kicillof, seu aliado político.
Durante entrevista à emissora C5N, Cristina justificou sua decisão com um discurso marcado por pragmatismo político: “Você tem que ir para o lugar onde você é mais útil no momento certo”, declarou. Segundo ela, a política deve priorizar resultados e projetos coletivos, e a unidade dentro das forças progressistas é essencial para enfrentar as urnas com chances reais de vitória.
A ex-presidente também alertou para os riscos de uma possível derrota nas eleições de setembro, que podem ter efeito cascata nas eleições de outubro, não apenas em Buenos Aires, mas em todo o país. “Alguém pensou que, se tivermos um desempenho ruim em setembro, isso pode se espalhar para todo o país?”, questionou, apontando para a importância estratégica da sua candidatura.
Cristina aposta que sua presença na disputa pode ajudar a renovar cadeiras senatoriais em oito províncias, muitas delas conquistadas pelo Partido Justicialista (PJ) na eleição presidencial de 2019, quando ela compôs a chapa vitoriosa com Alberto Fernández. A movimentação é vista como uma tentativa de reorganizar a base peronista e frear o avanço de forças opositoras em um momento de instabilidade política e econômica no país.
O retorno de Cristina Kirchner ao centro da arena eleitoral reacende debates sobre sua influência e polarização na política argentina. Para seus apoiadores, trata-se de uma liderança essencial para restaurar o projeto progressista; para seus críticos, um passo atrás na renovação política.