O clima político esquentou após o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara, protocolar um pedido polêmico na Procuradoria-Geral da República: que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seja obrigado a usar uma tornozeleira eletrônica. A medida, segundo o parlamentar, seria uma forma legal e eficaz de evitar uma possível fuga do país por parte do ex-mandatário, em meio às investigações que o cercam.
O estopim para o pedido foi a recente saída da deputada Carla Zambelli (PL-SP) do Brasil, após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal. Ela anunciou que vai morar na Itália, o que levantou suspeitas entre os opositores de Bolsonaro. Lindbergh também menciona o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, que se mudou para os Estados Unidos em meio a investigações e ao risco de ter o passaporte retido. Segundo o parlamentar, Jair Bolsonaro teria ajudado o filho a permanecer nos EUA com doações feitas por apoiadores via Pix.
Outro fator que reforça o pedido é o telefonema feito por Bolsonaro ao senador Hamilton Mourão antes de seu depoimento ao STF, o que, para Lindbergh, pode indicar tentativa de interferência nas investigações. “Essas saídas do país mostram que há risco real de fuga de pessoas próximas a Bolsonaro. Por isso, é preciso tomar medidas mais fortes para evitar que ele também deixe o Brasil”, argumenta o deputado no documento enviado à PGR.
A iniciativa não é isolada: o deputado Rogério Correia (PT-MG) também apresentou um pedido semelhante nesta semana. Ambos já haviam solicitado medidas cautelares contra Bolsonaro em março, mas não obtiveram resposta até o momento.
Com os novos desdobramentos, os parlamentares pressionam por uma resposta rápida da Justiça, alegando que a tornozeleira eletrônica seria uma garantia de que o ex-presidente não deixará o país enquanto responde às investigações em curso.
