A relação entre Elon Musk e Donald Trump, antes cordial, entrou em colapso nos últimos dias e provocou um verdadeiro terremoto no mercado financeiro. O bilionário sul-africano, que atualmente ocupa o cargo de chefe do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) no governo Trump, fez duras críticas ao novo plano fiscal do ex-presidente, chamando-o de “abominação repugnante”. A resposta de Trump foi imediata: ameaçou cortar todos os contratos governamentais com as empresas de Musk, incluindo a Tesla e a SpaceX.
A tensão escalou ainda mais quando Musk acusou Trump de envolvimento com Jeffrey Epstein, o bilionário acusado de comandar um esquema internacional de tráfico sexual. Segundo Musk, o nome de Trump aparece em documentos confidenciais ligados ao caso. Trump negou veementemente as acusações e chamou Musk de “louco”, insinuando que sua postura seria resultado da perda de subsídios federais para veículos elétricos.
O impacto dessa briga pública foi imediato e brutal. As ações da Tesla despencaram 14,3% nesta quinta-feira (5/6), o que resultou em uma perda de US$ 26,6 bilhões (aproximadamente R$ 148,8 bilhões) na fortuna de Musk. Ainda assim, o empresário segue como o homem mais rico do mundo, com um patrimônio estimado em US$ 387,9 bilhões.
Além da crise política, a Tesla enfrenta uma queda expressiva nas vendas. Na Europa, o recuo foi de 45% no primeiro trimestre de 2025 em comparação com o mesmo período do ano anterior. A crescente concorrência da chinesa BYD e a redução da demanda por carros elétricos nos Estados Unidos agravam ainda mais a situação da montadora.
Especialistas avaliam que o envolvimento político de Musk e suas declarações polêmicas estão afastando investidores e consumidores. A imagem do empresário, antes associada à inovação e tecnologia, agora se vê imersa em disputas ideológicas e escândalos públicos.
Apesar da turbulência, Musk continua sendo uma figura central no debate global sobre tecnologia e política. No entanto, o futuro de suas empresas — e de sua fortuna — está mais incerto do que nunca.