O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), fez declarações contundentes após o ex-presidente Jair Bolsonaro prestar depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, nesta terça-feira (10/6). Segundo Lindbergh, Bolsonaro desperdiçou a oportunidade de se defender de forma eficaz diante das acusações gravíssimas que pesam contra ele, especialmente relacionadas à tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Para o parlamentar petista, o ex-presidente adotou uma postura evasiva, semelhante a uma de suas lives nas redes sociais, sem enfrentar diretamente as provas materiais e os depoimentos de militares de alta patente. Lindbergh destacou que Bolsonaro não conseguiu explicar pontos cruciais, como a operação “Punhal Verde e Amarelo” — que, segundo investigações, previa atentados contra autoridades como Lula, Alexandre de Moraes e Geraldo Alckmin —, nem os pagamentos supostamente feitos ao general Braga Netto.
Outro episódio citado foi a reunião de 9 de novembro de 2022, em que o general Mario Fernandes teria impresso minutas golpistas e levado ao Palácio da Alvorada. Bolsonaro, segundo Lindbergh, não conseguiu refutar os relatos de comandantes do Exército e da Aeronáutica sobre a tentativa de anular as eleições e instaurar estado de sítio, o que o deputado classificou como uma tentativa de “forçar” a Constituição.
Apesar do clima tenso, Lindbergh elogiou a condução do depoimento por Moraes, que evitou transformar a audiência em um espetáculo político, como teria ocorrido no passado com o ex-presidente Lula. Para o petista, a estratégia de Moraes impediu que Bolsonaro se colocasse como vítima e reforçou o caráter técnico do processo.
A conclusão do deputado é categórica: “Bolsonaro perdeu a chance de se defender e enfrentar os fatos. Acho que o destino de Bolsonaro está selado: vai ser condenação e prisão”.
