A disputa entre Pablo Marçal e Guilherme Boulos ganhou novos capítulos na Justiça. Após ser condenado a pagar R$ 30 mil por declarações feitas em um podcast, o coach e influenciador recorreu da decisão, alegando que apenas exerceu seu direito à crítica política. Marçal havia acusado Boulos de liderar invasões e cobrar aluguel de famílias em imóveis ocupados, chegando a chamá-lo de “a maior imobiliária irregular do estado de São Paulo”.
No recurso, Marçal argumenta que Boulos, ao se candidatar à prefeitura de São Paulo, se expôs voluntariamente ao debate público e, portanto, às críticas. Ele defende que suas falas não configuraram ofensas pessoais, tampouco disseminaram desinformação de forma deliberada. Para ele, a condenação representa uma ameaça à liberdade de expressão em contextos políticos.
Além disso, o coach afirma que Boulos não comprovou danos à imagem ou à candidatura, o que, segundo sua defesa, enfraquece a tese de dano moral. O recurso ainda aguarda julgamento.
Paralelamente, o Ministério Público Eleitoral denunciou Marçal por divulgar um laudo médico falso contra Boulos durante a campanha municipal de 2024. A denúncia ainda não foi aceita pela Justiça, mas, se for acolhida, Marçal poderá se tornar réu em mais um processo.
O caso escancara o clima acirrado das eleições de 2024 e os limites entre liberdade de expressão e responsabilidade no discurso político. A ofensiva judicial de ambos os lados mostra que a disputa extrapolou as urnas e agora se desenrola nos tribunais.