Em pleno coração de Brasília, um escândalo silencioso se desenrola: James Marciel de Sousa Oliveira, assessor comissionado da Diretoria de Articulação do Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico do Distrito Federal (Codes-DF), está na lista vermelha da Interpol. Nomeado em outubro de 2024 e com salário de R$ 4 mil, James é procurado pelas autoridades argentinas por associação ilegal e fraude com uso de dados de cartões bancários.
Apesar de sua ficha criminal internacional, o servidor seguia trabalhando normalmente na Administração Regional do Plano Piloto até esta quarta-feira (11/6), quando a reportagem confirmou sua presença no local. A administração afirma ter solicitado sua exoneração no dia 5/6, mas o ato ainda não foi publicado oficialmente.
James está entre os 71 brasileiros procurados internacionalmente, ao lado de figuras como a deputada Carla Zambelli, também incluída recentemente na difusão vermelha. A ferramenta da Interpol serve para alertar os países sobre criminosos procurados e facilitar sua prisão para fins de extradição. No entanto, como a Constituição brasileira proíbe a extradição de cidadãos natos, alternativas legais como a Execução de Pena Estrangeira são previstas.
A reportagem buscou esclarecimentos com o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e a Embaixada da Argentina, mas até o momento não há registro de pedido formal de extradição nem resposta oficial do governo argentino.
O caso revela falhas no cruzamento de informações entre órgãos públicos e internacionais, permitindo que um foragido internacional ocupe cargo público e receba salário normalmente. A situação levanta questões sobre os mecanismos de controle e segurança na nomeação de servidores comissionados no Brasil.