A vice-ministra do Interior da Itália, Wanda Ferro, revelou nesta sexta-feira (13/6) que as autoridades italianas ainda não sabem onde está Carla Zambelli (PL), deputada brasileira condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e incluída na lista de foragidos da Interpol. Segundo Ferro, a polícia italiana não conseguiu localizar a parlamentar, e as investigações continuam em andamento com o apoio da cooperação internacional.
Zambelli desembarcou na Itália antes que a notificação da Interpol fosse emitida, o que impediu sua prisão imediata. Houve um “lapso temporal” de quatro horas entre sua chegada ao país e a emissão do alerta internacional, o que permitiu que ela passasse pela imigração sem restrições. Na ocasião, os agentes da Polícia de Fronteira não encontraram antecedentes criminais ou qualquer impedimento legal em seu nome nos registros italianos.
A Divisão de Investigações Gerais e Operações Especiais de Roma compartilhou os dados já obtidos com o Ministério Público italiano, mas até o momento, o paradeiro da deputada segue desconhecido. As autoridades italianas afirmam que os esforços para localizá-la continuam, e que estão sendo utilizados todos os meios possíveis, inclusive a cooperação com autoridades brasileiras.
Carla Zambelli foi condenada a mais de 10 anos de prisão pelo STF e teve seu nome incluído na lista vermelha da Interpol a pedido do ministro Alexandre de Moraes. A situação da deputada tem gerado intensa repercussão política no Brasil, com a Câmara dos Deputados já encaminhando à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) o processo de cassação de seu mandato.
Enquanto isso, a Itália avalia um possível processo de extradição, mas a ausência de Zambelli dificulta qualquer avanço nesse sentido. A parlamentar, que até pouco tempo circulava livremente, agora é considerada foragida internacional, envolta em um enredo digno de thriller político.