O novo comandante da Guarda Revolucionária do Irã, Mohammad Pakpour, fez declarações explosivas nesta sexta-feira (13/6), prometendo “as portas do inf3rn0” e “consequências destruidoras” contra Israel. A ameaça é uma resposta direta aos recentes ataques israelenses contra o território iraniano, incluindo alvos nucleares estratégicos. Em reação, Israel iniciou uma mobilização em massa de seus reservistas, aumentando ainda mais a tensão na região.
Pakpour, que assume o posto após a morte de Hossein Salami em um ataque israelense, acusou o “regime sionista” de ser criminoso e ilegítimo, prometendo um destino “amargo e doloroso” para o país. A retórica agressiva marca um novo capítulo em uma escalada de tensões que se arrasta há quase duas décadas.
O ataque de Israel ao Irã ocorre em um momento delicado: estava prevista para o próximo domingo uma reunião entre representantes iranianos e norte-americanos em Omã, com o objetivo de avançar em um acordo sobre o programa nuclear iraniano. O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, chegou a afirmar que um bom acordo estava próximo e alertou que ações como a de Israel poderiam “arruinar tudo”.
Apesar disso, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, crítico ferrenho das negociações com Teerã, ignorou os alertas. Especialistas como Menahem Merhavy, da Universidade Hebraica de Jerusalém, sugerem até mesmo um possível “acordo tácito” entre Washington e Tel Aviv: enquanto os EUA negociam, Israel ataca.
A obsessão de Netanyahu com o Irã, no entanto, é antiga. Desde 2005, ele já alertava para os perigos do programa nuclear iraniano e defendia ações militares preventivas. O cenário atual, portanto, é a culminação de anos de ameaças e operações militares israelenses contra alvos ligados ao Irã, especialmente após o início da guerra com o Hamas em outubro de 2023.
Com ameaças cada vez mais explícitas e movimentações militares em curso, o Oriente Médio se aproxima perigosamente de um novo conflito de grandes proporções — e o mundo observa com apreensão.