Um trágico acidente com um balão de ar quente chocou o interior de São Paulo na manhã deste domingo (15/6). A aeronave, que transportava 33 passageiros, além do piloto e um ajudante, caiu por volta das 7h50 na zona rural de Capela do Alto, a cerca de 130 km da capital. O voo havia partido de Iperó, cidade próxima a Boituva, onde acontecia o 38º Campeonato Brasileiro de Balonismo.
Apesar da proximidade com o evento, o balão não fazia parte da programação oficial. Segundo a Confederação Brasileira de Balonismo, o voo era turístico e operava de forma irregular. O piloto não possuía documentação válida e o equipamento, que comportava no máximo 24 pessoas, estava com nove passageiros além da capacidade.
As consequências foram graves: uma mulher morreu após ser socorrida em estado crítico, e outras dez pessoas ficaram feridas levemente. O piloto foi preso em flagrante e responderá por homicídio culposo, já que teria tentado pousar em locais inadequados, o que pode ter provocado a queda.
As condições climáticas também contribuíram para o desastre. No momento do acidente, os ventos atingiam 70 km/h — muito acima do limite seguro de 10 km/h recomendado para voos de balão. Por conta disso, todos os voos oficiais do campeonato foram cancelados naquele dia.
A investigação está a cargo da Delegacia de Tatuí, com apoio do Instituto de Criminalística e do CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). A empresa responsável pelo balão, Aventurar Balonismo, ainda não se pronunciou sobre o ocorrido.
O caso levanta sérias questões sobre a fiscalização da atividade de balonismo no Brasil, especialmente em voos turísticos que, muitas vezes, operam à margem da regulamentação. A tragédia expõe os riscos de negligência e excesso de passageiros em uma prática que, embora encantadora, exige rigor técnico e respeito às normas de segurança.