Mesmo sendo filiado ao PL, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, tem planos distintos dos de Jair Bolsonaro para a composição da chapa da direita nas eleições de 2026. Impedido de concorrer à reeleição, Castro vem articulando nos bastidores para lançar o atual presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Rodrigo Bacelar (União Brasil), como seu sucessor com apoio do PL.
Bolsonaro, por sua vez, aceitou a ideia, mas com uma condição: quer indicar o vice da chapa. Um dos nomes cotados para a vaga é o do empresário Renato Araújo, de Angra dos Reis, aliado bolsonarista. No entanto, essa exigência encontra resistência por parte de Castro.
Segundo fontes próximas ao governador, ele considera inviável atender ao pedido do ex-presidente. O argumento é que o PL já estará contemplado com as duas vagas ao Senado Federal pelo estado do Rio em 2026. Uma das cadeiras será disputada por Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente, que tentará a reeleição. A outra deve ser ocupada pelo próprio Cláudio Castro, que pretende concorrer ao Senado após concluir seu mandato no governo estadual.
A movimentação revela um embate velado dentro do próprio campo bolsonarista e expõe a disputa por espaços de poder entre aliados. Enquanto Bolsonaro tenta manter influência direta sobre a composição das chapas estaduais, Castro busca consolidar sua própria liderança política no Rio, mesmo que isso signifique contrariar os desejos do ex-presidente.
O impasse sinaliza que, apesar da aparente unidade partidária, os bastidores da direita fluminense estão longe de um consenso. A definição da chapa majoritária para 2026 promete ser palco de disputas intensas e negociações estratégicas entre as principais lideranças conservadoras do estado.
