Em uma reunião emergencial do Conselho de Segurança da ONU nesta sexta-feira (20/6), representantes de Israel e Irã protagonizaram um embate diplomático explosivo, refletindo a crescente tensão militar entre os dois países. O encontro foi convocado pelo Irã após uma série de ataques israelenses que atingiram alvos estratégicos em território iraniano, incluindo instalações nucleares.
O representante de Israel, Danny Danon, acusou o Irã de promover uma “agenda genocida” e afirmou que o país persa tentou assassinar o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o ex-presidente dos EUA, Donald Trump. Embora não tenha apresentado provas, Danon declarou: “Não pedimos desculpas por nos defendermos. Não pedimos desculpas por atacar as instalações nucleares do Irã.”
Do outro lado, Amir-Saeid Iravani, embaixador iraniano, retrucou com acusações de crimes de guerra por parte de Israel, exibindo imagens chocantes de civis mortos, incluindo crianças e mulheres grávidas. Ele denunciou os bombardeios como violações graves do direito internacional e alertou que a inação do Conselho enviaria ao mundo a mensagem de que o direito internacional é seletivo.
Enquanto isso, os Estados Unidos, por meio da diplomata Dorothy Camille Shea, classificaram o Irã como a “principal fonte de instabilidade e terror no Oriente Médio”, reforçando a narrativa de que Teerã representa uma ameaça nuclear iminente. A Rússia, por sua vez, saiu em defesa do Irã, acusando potências ocidentais de criarem “invenções infundadas” sobre o programa nuclear iraniano.
O pano de fundo dessa disputa diplomática é a ofensiva militar israelense iniciada na semana anterior, rotulada como “ataque preventivo”, com o objetivo de desmantelar o programa nuclear do Irã. Netanyahu prometeu continuar a ofensiva e solicitou apoio direto dos EUA para ampliar os danos.
Com bombardeios em curso e acusações cada vez mais graves, a reunião da ONU, que deveria buscar uma solução pacífica, terminou aprofundando ainda mais o impasse. Um cessar-fogo parece distante, enquanto o mundo observa apreensivo a escalada de um conflito que pode ter consequências globais.