Bryan Johnson, empresário de tecnologia de 47 anos, lidera um dos mais radicais experimentos de longevidade do mundo. Determinado a reverter os efeitos do envelhecimento, ele investe milhões em um projeto pessoal chamado “Blueprint”, que combina ciência de ponta, suplementação intensa e um estilo de vida rigorosamente monitorado. Seu objetivo: restaurar seu corpo à condição de um jovem de 18 anos.
A rotina de Johnson começa às 4h30 da manhã e inclui uma hora de exercícios físicos, sessões de sauna, terapias com ondas de choque e o consumo diário de 54 cápsulas entre vitaminas e medicamentos. Ele também utiliza tecnologias incomuns, como um boné com luz infravermelha para tentar conter a calvície. Sua alimentação é vegana, limitada a 2.250 calorias diárias, com todas as refeições encerradas até as 11h da manhã.
Entre os métodos mais controversos adotados por Johnson está a transfusão de plasma sanguíneo do próprio filho adolescente, realizada em 2023. Inspirado em estudos com camundongos, o procedimento não apresentou resultados mensuráveis e foi abandonado. A FDA, agência reguladora dos EUA, já se posicionou contra esse tipo de prática em humanos.
Apesar de afirmar que conseguiu reverter sua idade biológica em cinco anos, relatórios independentes apontam que, entre 2022 e 2024, seu envelhecimento físico correspondeu a uma década. Especialistas alertam para os riscos de dietas excessivamente restritivas e do uso exagerado de suplementos, além de efeitos colaterais inesperados: um dos compostos testados por Johnson acelerou seu envelhecimento.
Além do experimento pessoal, Johnson transformou o “Blueprint” em marca comercial, vendendo produtos como azeite de oliva a US$ 35. Com 1,9 milhão de seguidores no Instagram, ele compartilha seus métodos e avanços — inclusive os que não funcionam. Seu estilo de vida foi retratado no documentário “Don’t Die”, disponível na Netflix, que aborda a filosofia quase religiosa por trás de sua busca pela juventude eterna.
Fundador da empresa Kernel, que desenvolve capacetes capazes de ler sinais cerebrais, Johnson tem fortuna estimada em US$ 400 milhões. Para ele, sua trajetória representa o futuro da saúde: tratamentos personalizados, baseados em dados contínuos e tecnologias preventivas.