O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), vetou a realização de reuniões nas comissões temáticas da Casa durante o recesso parlamentar, que vai até 1º de agosto. A decisão ocorreu após o Partido Liberal (PL) convocar encontros em duas comissões presididas por seus parlamentares, com o intuito de demonstrar apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro e criticar as medidas cautelares impostas a ele pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Embora Hugo Motta não tenha divulgado uma justificativa oficial, fontes ouvidas pelo Portal LeoDias afirmam que o veto se deu por conta de reformas em andamento no prédio da Câmara, que estariam dificultando a circulação de pessoas.
Apesar da proibição, parte da bancada do PL se reuniu na Comissão de Segurança Pública e protestou contra a medida. O presidente da comissão, deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), afirmou que a decisão cerceia a liberdade de expressão dos parlamentares. Já o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), considerou o veto “antirregimental”, argumentando que, durante o recesso, quem deveria tomar esse tipo de decisão é o 1º vice-presidente da Casa, Altineu Côrtes (PL-RJ), e não Hugo Motta.
Cavalcante também criticou o que chamou de “subserviência” dos parlamentares diante de decisões que considera ilegais. Segundo ele, o grupo está sendo acusado de extremismo, mas apenas tenta exercer seu direito de manifestação.
Antes do veto, havia expectativa de que Jair Bolsonaro participasse das reuniões, mas, por orientação jurídica, ele não compareceu à Câmara. No entanto, foi visto na sede do PL em Brasília na manhã do mesmo dia.
A movimentação do PL e a tentativa de realizar reuniões durante o recesso ocorrem em meio ao aumento da tensão entre aliados de Bolsonaro e o STF, num momento em que o ex-presidente enfrenta diversas investigações e medidas judiciais.