Um mês antes de ser brutalmente assassinada, Joice Daniela de Azevedo Vieira, de 29 anos, escreveu uma carta relatando agressões e ameaças que sofria do então companheiro, Flavio André Leonardo da Costa Júnior, hoje foragido. No bilhete, encontrado por familiares após o crime, Joice expressava medo de ser morta e pedia justiça caso algo lhe acontecesse. Ela descreveu o agressor como “monstro, manipulador e doente” e revelou que ele possuía armas de fogo.
O feminicídio ocorreu em 13 de julho, em Águas Lindas (GO), no Entorno do Distrito Federal. Flavio invadiu o condomínio e atirou primeiro contra Edson Nunes, vizinho de Joice, suspeitando de um suposto relacionamento entre os dois. Em seguida, foi até o apartamento da vítima, onde a esfaqueou e atirou nela na frente de dois de seus quatro filhos. Um dos meninos chegou a ser ferido no braço durante o ataque.
Segundo familiares, Joice vivia um relacionamento abusivo desde o fim de 2024, mas nunca oficializou a união. Ela tentava se afastar do agressor, que insistia em manter contato e chegou a levá-la à força para sua casa um dia antes do crime. A jovem não registrou boletins de ocorrência nem solicitou medidas protetivas, possivelmente por medo e controle psicológico — Flavio chegou a instalar câmeras no apartamento dela.
Mensagens trocadas entre os dois mostram que Joice queria encerrar o relacionamento, chamando-o de “tóxico”. Flavio, por sua vez, a culpava por sua situação e demonstrava descontrole emocional. Após o crime, ele enviou um áudio a familiares da vítima dizendo: “Passei fogo nos dois, mano. Tem que respeitar”, e ameaçou reagir à polícia caso fosse encontrado.
A Polícia Civil de Goiás investiga o caso por meio da Delegacia de Homicídios de Águas Lindas. Flavio André continua foragido e é considerado altamente perigoso.