O médico Matheus Magalhães Falcão, responsável pela anestesia geral aplicada no influenciador Ricardo Godoi, tornou-se réu por homicídio culposo após a morte do empresário durante um procedimento para tatuar as costas em Itapema, Santa Catarina, em janeiro de 2025. A denúncia foi aceita pela Justiça após o médico recusar um Acordo de Não Persecução Penal proposto pelo Ministério Público de Santa Catarina.
A investigação da polícia concluiu que houve negligência por parte do anestesista. De acordo com o Ministério Público, Ricardo não passou por consulta médica prévia e conheceu o médico apenas no dia do procedimento, o que contraria as normas do Conselho Regional de Medicina. Além disso, Matheus Falcão não solicitou exames clínicos obrigatórios antes da aplicação da anestesia.
O juiz Marcelo Trevisan Tambosi aceitou a denúncia no início de julho, poucos dias antes de o Conselho Federal de Medicina aprovar uma resolução que proíbe o uso de anestesia para a realização de tatuagens. A decisão reforça o debate sobre a regulamentação de práticas médicas em procedimentos estéticos.
Ricardo Godoi, de 46 anos, morreu no momento da sedação e intubação. O delegado responsável pelo caso, Aden Claus Pereira, afirmou que a causa da morte pode estar relacionada ao uso de anabolizantes. O atestado de óbito apontou parada cardíaca e respiratória, e exames periciais realizados em março revelaram que o influenciador sofria de hipertrofia cardíaca, uma condição que faz o músculo do coração crescer de forma anormal. Uma familiar, no entanto, declarou que ele não usava anabolizantes há cinco meses.
O estúdio de tatuagem que contratou o anestesista e o hospital para o procedimento também está sendo investigado. O caso levanta questionamentos sobre a responsabilidade de profissionais e estabelecimentos em garantir a segurança de intervenções que envolvem riscos médicos.
