Na madrugada de 21 de outubro do ano passado, a polícia de Seattle atendeu a um chamado de emergência em uma mansão de alto padrão em Fall City, Washington. No local, encontraram uma cena chocante: cinco membros da família Humiston — os pais Mark e Sarah, e três filhos, Benjamin (13), Joshua (9) e Katheryn (7) — mortos a tiros. Uma das filhas, de 11 anos, sobreviveu após fingir-se de morta e fugir pela janela, mesmo ferida.
O principal suspeito é o filho mais velho, de 15 anos, que foi preso ainda na cena do crime. A defesa do adolescente alega que ele vivia sob um regime familiar extremamente rígido e isolado, marcado por homeschooling, extremismo religioso e paranoia contra o governo e vacinas. Segundo o advogado, os pais mantinham os filhos praticamente confinados e submetidos a uma criação baseada em ideologias de sobrevivência.
Documentos judiciais e depoimentos de cerca de 100 testemunhas, incluindo vizinhos e familiares, reforçam essa versão, descrevendo a família como socialmente isolada e controlada. A avó materna do adolescente chegou a afirmar que Sarah, a mãe, era abusiva e humilhava os filhos, e que chegou a ameaçar denunciá-la à polícia.
Apesar disso, outras pessoas próximas à família descrevem o jovem como gentil e devotado aos pais, o que adiciona complexidade ao caso. Segundo as investigações, o crime foi premeditado: o adolescente teria atirado nos familiares enquanto dormiam, checado os pulsos dos pais após os disparos e, depois, tentado forjar a cena para incriminar um dos irmãos, chegando a ligar para a polícia com uma versão falsa dos fatos.
O jovem responde por cinco acusações de assassinato agravado em primeiro grau e uma por tentativa de homicídio. A promotoria o considera uma ameaça à comunidade, enquanto a defesa argumenta que ele não possui antecedentes criminais e foi vítima de um ambiente familiar opressivo. O caso continua em andamento, revelando os segredos obscuros escondidos por trás das paredes da mansão à beira do lago.