
Um episódio inusitado ocorrido em uma fazenda na França ganhou repercussão nas redes sociais e gerou intenso debate sobre os limites da defesa da propriedade. Diante da ocupação de suas terras por dezenas de caravanas instaladas sem autorização, os proprietários decidiram agir por conta própria — e de forma bastante inusitada.
Em vez de acionar a polícia ou seguir trâmites legais, os agricultores utilizaram tratores para despejar chorume líquido — uma mistura de esterco de vaca e água, usada como fertilizante — sobre o terreno e as caravanas. O forte odor e a sujeira provocada pela substância causaram reações imediatas entre os ocupantes, que correram para escapar do local. Alguns tentaram confrontar os operadores dos tratores, mas sem sucesso.
A estratégia, embora controversa, não é inédita na França. Em outros casos, agricultores já recorreram ao uso de chorume como forma de pressionar a saída de invasores, frustrados com a lentidão das autoridades em resolver essas situações. O objetivo é claro: tornar o ambiente inabitável de forma rápida e eficaz.
Nas redes sociais, o episódio dividiu opiniões. Muitos internautas elogiaram a ação dos fazendeiros, considerando-a criativa e eficaz. Comentários como “Nunca mexa com um agricultor” e “Finalmente alguém agindo!” foram comuns. Outros, porém, viram a situação com preocupação, apontando para questões sociais mais profundas.
Críticos destacam que o uso de chorume para expulsar pessoas revela a ausência de políticas públicas eficazes para lidar com ocupações irregulares e com a vulnerabilidade social de certos grupos. Para esses, o problema não deveria ser resolvido com medidas extremas, mas sim com ações estruturadas e humanas por parte do Estado, que garantam tanto o direito à propriedade quanto a dignidade dos ocupantes.
O caso expõe um dilema recorrente em diversos países europeus: como equilibrar a proteção à propriedade privada com os direitos humanos em contextos de ocupação e exclusão social.