Uma produtora de filmes em Barcelona, liderada pela diretora Erika Lust, implementou uma política inusitada: pausas remuneradas de 30 minutos durante o expediente para prazer íntimo. A medida, adotada inicialmente durante a pandemia, tornou-se permanente após relatos positivos dos funcionários, que afirmam sentir-se mais produtivos, menos agressivos e com melhor bem-estar geral.
A empresa disponibiliza salas privadas para que os colaboradores possam usufruir desse momento de forma discreta e sem julgamentos. O objetivo, segundo Lust, vai além de um simples benefício: trata-se de uma iniciativa voltada à saúde íntima, emocional e física dos trabalhadores. Ela defende que o prazer íntimo ajuda a reduzir o estresse, melhorar o sono, aliviar cólicas menstruais e aumentar a autoconfiança.
Especialistas em saúde e bem-estar, como Dominnique Karetsos, CEO do Healthy Pleasure Group, apoiam a ideia. Para ela, o prazer íntimo pessoal é uma parte vital do bem-estar integral e deve ser tratado com a mesma seriedade de outras dimensões da saúde.
A política também busca quebrar tabus sobre intimidade no ambiente de trabalho. Uma pesquisa da revista Time Out em Nova York revelou que 39% dos entrevistados já tiveram prazer íntimo durante o expediente, muitas vezes como forma de aliviar o estresse. O psicoterapeuta Ian Kerner aponta que, para alguns, essa prática é um mecanismo de enfrentamento da ansiedade.
Ao institucionalizar essa pausa, a empresa de Lust elimina o constrangimento e oferece um espaço seguro para uma prática que, embora comum, ainda é cercada de estigma. A proposta levanta um debate sobre a necessidade de ampliar o conceito de bem-estar corporativo, incluindo aspectos tradicionalmente considerados íntimos, mas que impactam diretamente na saúde e na produtividade dos profissionais.