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Aos 43 anos, homem se torna o primeiro estudante cego a se formar na UFV: “Quero ajudar outras pessoas”

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Aos 43 anos, Edmilson Alves da Silva se tornou o primeiro estudante cego a se formar na Universidade Federal de Viçosa (UFV). O diploma em pedagogia, obtido em 26 de junho de 2025, encerra uma trajetória marcada por exclusão, resistência e busca pela educação, iniciada apenas na vida adulta.

Nascido na zona rural de Guaraciaba, em Minas Gerais, Edmilson cresceu sem acesso à escola. “Meus colegas e irmãos iam estudar, e eu ficava em casa. Não era por maldade dos meus pais, era por falta de conhecimento. Eu ficava pensando: será que eu não vou conseguir também?”, recorda. A alfabetização veio apenas depois dos 20 anos, quando passou a frequentar turmas com crianças de 7 anos na escola municipal da comunidade. Sem braille, utilizava letras recortadas em EVA para identificar formatos e aprender a escrever.

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O contato com o sistema braille aconteceu apenas em 2012, na Sala de Recursos de uma escola estadual em Ponte Nova, onde também colaborou com a equipe e apoiou outros alunos. Concluiu o ensino fundamental e médio entre 2015 e 2018, pelo CESEC, e ingressou na UFV por meio do Enem.

A mudança para Viçosa trouxe novos desafios. No início, dependia da ajuda de colegas para se deslocar pelo campus. O apoio do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão e o uso de tecnologias assistivas ampliaram sua autonomia. No entanto, a falta de sinalização adequada, piso tátil e identificação em braille nos prédios continuaram sendo barreiras.

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Durante a graduação, aprendeu libras para se comunicar com um colega surdo e enfrentou as dificuldades impostas pela pandemia sem internet em casa, recorrendo ao sinal dos vizinhos para assistir às aulas.

“A inclusão não é apenas estar na universidade. É garantir permanência e pertencimento. Eu me perdi muitas vezes dentro da UFV. E não é no sentido simbólico, não. Perdi-me de verdade, pelas ruas e corredores. Faltava sinalização, não havia piso tátil, nem ninguém por perto para ajudar. Teve estágio em que cheguei atrasado porque perdi o prédio. As salas não têm números em braille, os caminhos não possuem referências. Precisamos de muito mais do que o direito de entrar. Precisamos de suporte para permanecer. A inclusão começa quando você sente que pertence ao espaço”, afirmou.

Essas vivências se tornaram tema do Trabalho de Conclusão de Curso “Vivências e experiências nos espaços e corredores da UFV: relato de um estudante cego no ensino superior”. Agora, Edmilson planeja prestar concursos públicos e ingressar no mestrado: “Quantos Edmilsons ainda estão escondidos em casa, esperando por uma chance? Quero ajudar outras pessoas a não passarem pelo que passei”.

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