Nas últimas semanas, o Mar da Galileia, em Israel, surpreendeu moradores e visitantes ao apresentar manchas vermelhas intensas, semelhantes a sangue. O fenômeno rapidamente viralizou nas redes sociais, provocando desde especulações apocalípticas até referências diretas a passagens bíblicas, como a primeira praga do Egito, quando o rio Nilo teria se transformado em sangue.
A transformação visual do maior lago de água doce de Israel ganhou contornos ainda mais simbólicos por seu papel central em diversos episódios do Novo Testamento, como os milagres de Jesus. Diante disso, muitos viram a coloração como um “mau presságio” ou sinal profético, especialmente em comunidades religiosas.
Mensagens nas redes sociais refletiram o estado de inquietação: “É melhor o pessoal se acertar com Jesus antes que Ele volte”, escreveu um internauta. Outro comentou: “O Mar da Galileia em Israel ficou vermelho, isso é direto da Bíblia”.
Entretanto, a explicação científica é bem mais racional. A Autoridade Hídrica de Israel identificou a causa como sendo a proliferação da microalga Botryococcus braunii. Essa alga, sob forte exposição solar, produz um pigmento vermelho intenso, responsável pela coloração inusitada da água. O fenômeno, embora impressionante, é natural e não representa riscos à saúde.
Testes conduzidos pelo Laboratório de Pesquisa de Kinneret confirmaram que o pigmento não é tóxico e que a água permanece segura para uso. Segundo as autoridades, não houve relatos de reações alérgicas ou outros efeitos adversos.
O episódio destaca o contraste entre interpretações religiosas e explicações científicas para eventos naturais. Em um local tão carregado de simbolismo espiritual, uma simples mudança na coloração da água foi suficiente para reacender temores antigos e narrativas proféticas. Ao mesmo tempo, a ciência oferece uma perspectiva baseada em dados e observações, revelando a complexidade e beleza dos processos naturais.
