Uma condição incomum vem chamando a atenção de moradores e especialistas no estado do Colorado, nos Estados Unidos. Coelhos selvagens têm sido vistos com crescimentos escuros e rígidos ao redor da boca e do rosto, semelhantes a “tentáculos” ou “chifres”. Esses tumores são causados pelo Vírus do Papiloma do Coelho-de-cauda-de-algodão (CRPV), também conhecido como Vírus do Papiloma de Shope, identificado pela primeira vez em 1933.
O CRPV é um vírus de DNA oncogênico, ou seja, tem potencial para causar tumores na pele dos coelhos. Os crescimentos podem atingir tamanhos que comprometem a visão e dificultam a alimentação dos animais, levando-os à morte por inanição em casos graves. No entanto, alguns coelhos conseguem combater a infecção naturalmente após cerca de um ano.
A transmissão do vírus ocorre principalmente por meio de picadas de insetos vetores, como mosquitos e carrapatos, além do contato direto entre animais ou com objetos contaminados. Apesar do aspecto alarmante, o CRPV não é transmissível a seres humanos.
Autoridades de saúde animal, como o Colorado Parks and Wildlife (CPW), alertam a população para que não se aproxime de coelhos infectados. Recomenda-se evitar qualquer tentativa de captura ou contato com os animais doentes.
Para tutores de coelhos domésticos, a principal medida de proteção é prevenir o contato com insetos. Em caso de infecção, é possível tratar o animal com a remoção cirúrgica dos tumores, antes que eles evoluam para formas malignas, como carcinomas de células escamosas. A detecção precoce é essencial para o sucesso do tratamento.
O fenômeno tem causado espanto entre moradores locais, como Susan Mansfield, de Fort Collins, que relatou ter visto um coelho com “espinhos pretos saindo da boca” reaparecer no ano seguinte com os tumores ainda maiores.
Embora não represente risco direto à saúde humana, a situação destaca a importância da vigilância ambiental e do cuidado com a fauna silvestre, especialmente diante de doenças que impactam o bem-estar animal e o equilíbrio ecológico.