A deputada federal Carla Zambelli (PL), presa na Itália após condenação no Brasil, participou de uma audiência no Tribunal de Apelações de Roma nesta quarta-feira (13/8). A sessão tinha como objetivo decidir se ela poderia aguardar em liberdade o processo de extradição para o Brasil. No entanto, ao chegar ao tribunal, Zambelli alegou mal-estar, o que levou à convocação de uma médica para examiná-la. Diante da situação, o juiz determinou a realização de uma perícia médica e remarcou a audiência para o dia 27 de agosto, mantendo a parlamentar detida até essa nova data.
A defesa da deputada argumentou que sua prisão era indevida, alegando problemas de saúde e o fato de o governo brasileiro não ter solicitado formalmente a prisão preventiva. Segundo os advogados, a libertação de Zambelli poderia ocorrer “a qualquer momento”. No entanto, a Corte Suprema da Itália já reconheceu que um mandado incluído na lista vermelha da Interpol, como o de Zambelli, equivale a um pedido internacional de prisão. Essa interpretação é respaldada pelo artigo 13, parágrafo 2, do Tratado de Extradição entre Brasil e Itália, que equipara as medidas cautelares via Interpol a solicitações formais de prisão preventiva.
Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Após a condenação, ela deixou o Brasil e se dirigiu à Itália, onde foi presa no final de julho, após a expedição de mandado pelo ministro Alexandre de Moraes. O caso segue gerando repercussão política e jurídica, enquanto a parlamentar permanece detida à espera da nova audiência.