
Um trágico incidente ocorrido no sábado, 9 de agosto, na cidade de Fundación, na região de Magdalena, Colômbia, reacendeu o debate sobre a realização de eventos taurinos no país. Durante uma “corraleja”, festa popular em que membros do público enfrentam touros em arenas improvisadas, o participante Yovanis Márquez, de 35 anos, foi fatalmente ferido por um dos animais.
Imagens amplamente compartilhadas nas redes sociais mostram Márquez, sem camisa, tentando pular sobre o touro. A tentativa falhou, e o animal o atingiu violentamente com os chifres, lançando-o no ar. Apesar de ter conseguido se levantar com ajuda, Márquez apresentava sangramento intenso e caiu pouco depois. Ele foi levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
As corralejas são alvo constante de críticas por sua periculosidade e pelo sofrimento animal envolvido. Ao contrário das touradas tradicionais, esses eventos permitem a participação de civis, o que aumenta o risco de acidentes graves. A morte de Márquez gerou forte reação de grupos de defesa dos animais. A organização colombiana Plataforma ALTO divulgou o vídeo do ataque e reforçou o apelo pelo fim dessas festividades, declarando: “CHEGA DE CORRALEJAS! Sim à proibição, não às ‘regulamentações’”.
O caso ocorre em meio a mudanças legislativas na Colômbia. Em 2023, o Congresso aprovou a lei “No más Olé”, que proíbe touradas em todo o país a partir de 2027, com um período de transição de três anos para adaptação de profissionais e empresas envolvidas na atividade.
Embora as touradas estejam em declínio global e sejam proibidas na maioria dos países, ainda são permitidas em nações como Espanha, Portugal, partes da França e Filipinas, onde são defendidas como tradições culturais. Porém, episódios como o de Fundación evidenciam os riscos e alimentam o debate sobre o futuro dessas práticas.
A morte de Yovanis Márquez se soma a uma série de acidentes fatais que continuam a ocorrer em eventos taurinos, destacando os perigos tanto para os humanos quanto para os animais envolvidos.