Aileen Wuornos, conhecida como uma das serial killers mais notórias dos Estados Unidos, foi executada em 2002 após ser condenada pelo assassinato de sete homens na Flórida entre 1989 e 1990. Alegando ter agido sempre em legítima defesa contra abusos enquanto trabalhava como prostituta, sua história voltou à tona com a reexibição de uma entrevista perturbadora feita pouco antes de sua morte.
Gravada para o documentário “Aileen: Vida e Morte de uma Serial Killer”, do cineasta Nick Broomfield, a entrevista traz uma alegação surpreendente: Wuornos afirmou que a polícia sabia de seus crimes e permitiu que continuasse matando. Segundo ela, os policiais a vigiavam e decidiram deixá-la “limpar as ruas” antes de prendê-la. “Porque a polícia deixou eu continuar matando eles, Nick, você não entende?”, disse ela ao diretor, em tom acusatório.
Apesar da gravidade da acusação, Wuornos nunca apresentou provas que sustentassem sua teoria. O próprio Broomfield descreveu a serial killer como profundamente perturbada, dominada por uma raiva intensa acumulada ao longo de anos de abusos e experiências traumáticas. Ele acredita que Wuornos via ameaças até em situações banais, o que poderia ter desencadeado os assassinatos.
O diretor também destacou a dualidade de sua personalidade: por trás da violência extrema, havia momentos em que ela demonstrava humanidade e sensibilidade. Essa complexidade psicológica torna sua história ainda mais inquietante e difícil de categorizar apenas como maldade pura.
A entrevista final de Wuornos permanece como um documento arrepiante, levantando questões sobre sua saúde mental, a resposta do sistema de justiça e, agora, uma teoria sombria sobre possível conivência policial. Mesmo sem evidências concretas, suas palavras continuam a alimentar debates sobre até onde vai a responsabilidade do Estado em casos como o dela.