Elisabete Arragaça, de 67 anos, será transferida nos próximos dias para a Penitenciária de Tremembé, conhecida como “Cadeia dos Famosos”, no interior de São Paulo. Ela está presa desde 6 de maio, ao lado do filho, o médico Luiz Antonio Garnica, de 38 anos, acusados de assassinar a professora Larissa Rodrigues, esposa de Garnica, com envenenamento por chumbinho.
Segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), o crime foi premeditado e teve motivação financeira. Larissa descobriu que o marido mantinha um relacionamento extraconjugal e cogitava o divórcio. A separação poderia comprometer o patrimônio do casal, o que teria motivado o crime. A promotoria afirma que Elisabete envenenou a nora aos poucos durante cerca de 10 dias, oferecendo alimentos contaminados. No dia anterior à morte, ela teria administrado uma dose fatal.
A investigação revelou que o médico acessou contas bancárias da esposa e tentou quitar parte do financiamento do apartamento com o seguro de vida dela, poucos dias após a morte. Ele também pesquisou temas relacionados a patrimônio e seguros, o que, para o MPSP, demonstra frieza.
Além disso, Elisabete é investigada por outro homicídio: o da própria filha, Nathalia Garnica, de 42 anos, que morreu em fevereiro em circunstâncias semelhantes. Exames toxicológicos confirmaram a presença de chumbinho no corpo de Nathalia, reforçando a suspeita de envenenamento.
A Justiça aceitou a denúncia por feminicídio qualificado contra mãe e filho, com as agravantes de motivo torpe, uso de veneno e recurso que dificultou a defesa da vítima. Garnica também foi denunciado por fraude processual, por supostamente ter alterado a cena do crime.
As defesas divergem sobre a autoria. Garnica alega que a mãe agiu sozinha, enquanto Elisabete nega participação e afirma ser inocente. A defesa da aposentada tentou a conversão da prisão em domiciliar, alegando graves problemas de saúde, como Parkinson e osteoporose, mas o pedido foi negado.
O caso segue em investigação, com novos desdobramentos possíveis diante das suspeitas de múltiplos homicídios ligados a Elisabete.
