Imagens recentes compartilhadas nas redes sociais têm causado espanto ao mostrar cervos selvagens com grandes nódulos escuros e sem pelos espalhados pelo corpo. Esses crescimentos, que lembram bolhas ou verrugas, foram registrados em estados como Pensilvânia e Wisconsin, nos Estados Unidos, e levantaram temores de um possível surto de doença desconhecida.
No entanto, especialistas explicam que esses animais sofrem de uma condição chamada fibroma cutâneo, causada por um tipo específico de papilomavírus que afeta exclusivamente cervídeos. Embora a aparência dos cervos seja alarmante, o vírus não representa risco para humanos, animais domésticos ou outras espécies selvagens.
Os fibromas se manifestam como massas firmes e escuras, que podem variar de tamanho e quantidade. A transmissão ocorre por contato indireto, principalmente em locais compartilhados por cervos, como áreas de alimentação ou árvores marcadas durante o período de acasalamento. Apesar de não haver tratamento prático para animais selvagens, a maioria dos cervos se recupera naturalmente, com os nódulos secando e se desprendendo ao longo do tempo.
Ainda que o fibroma não seja uma enfermidade nova, a frequência com que essas imagens têm surgido levanta preocupações ambientais. Especialistas apontam que o aquecimento global pode estar contribuindo para o aumento da incidência de doenças virais, ao permitir que vetores como carrapatos e mosquitos se espalhem por regiões onde antes não sobreviviam. Isso coloca os cervos — hospedeiros comuns desses parasitas — em situação de maior vulnerabilidade.
Além disso, fatores como perda de habitat, escassez de alimentos e estresse térmico enfraquecem o sistema imunológico dos animais, facilitando a propagação de infecções. Embora a condição dos cervos seja impactante, ela geralmente não exige intervenção humana, a menos que os nódulos prejudiquem funções vitais.
A viralização das imagens tem, por outro lado, um efeito positivo: chama atenção para a saúde da fauna silvestre e estimula o debate sobre os impactos das mudanças climáticas na biodiversidade.
