O governo dos Estados Unidos emitiu um alerta de viagem de nível máximo para a Venezuela, recomendando que seus cidadãos evitem qualquer deslocamento ao país e que aqueles que já estejam em território venezuelano partam imediatamente. A medida foi motivada por uma série de riscos apontados pela embaixada americana, incluindo possibilidade de detenção arbitrária, tortura, sequestros, ataques terroristas, violência urbana e distúrbios civis.
O alerta surge em meio a uma escalada de tensões diplomáticas entre Washington e Caracas. Autoridades americanas acusam o governo de Nicolás Maduro de envolvimento direto com o narcotráfico. O diretor da DEA, Terry Cole, classificou a Venezuela como um “estado narcoterrorista”, alegando que o país colabora com grupos guerrilheiros colombianos, como o ELN, para transportar grandes quantidades de cocaína aos cartéis mexicanos e, posteriormente, aos Estados Unidos.
Em julho de 2025, os EUA designaram oficialmente o “Cartel de los Soles” — supostamente liderado por Maduro e altos oficiais do governo venezuelano — como organização terrorista. Como parte da ofensiva, o Departamento de Estado aumentou para 50 milhões de dólares a recompensa por informações que levem à captura de Maduro.
O governo venezuelano nega todas as acusações e afirma que os EUA estão tentando desestabilizar o país e promover uma mudança de regime. O ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, classificou as denúncias como mentiras e advertiu que qualquer agressão seria considerada um ataque contra toda a América Latina. Em resposta, o presidente Maduro ordenou a mobilização de quatro milhões de milicianos.
A crise ganhou contornos militares com o envio de três destróieres norte-americanos para águas próximas à Venezuela, transportando mais de quatro mil marinheiros. A Casa Branca afirmou que está disposta a usar todos os recursos necessários para conter o tráfico de drogas.
A comunidade internacional acompanha o conflito com apreensão. O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu moderação e diálogo. Enquanto isso, países como China, Irã e membros do bloco ALBA manifestaram apoio ao governo venezuelano, ao passo que o Equador seguiu os EUA e também classificou o Cartel de los Soles como organização terrorista.