As autoridades de saúde dos Estados Unidos confirmaram, pela primeira vez no país, um caso de infecção humana causada pela mosca-varejeira-do-novo-mundo (Cochliomyia hominivorax), um parasita conhecido por sua capacidade de consumir tecido vivo. O paciente afetado havia retornado recentemente de uma viagem a El Salvador, e o diagnóstico foi feito em agosto após uma investigação conjunta entre os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e o departamento de saúde de Maryland.
A condição, chamada de miíase, é provocada pela penetração de larvas de mosca no corpo humano. Diferentemente de outras espécies, cujas larvas se alimentam de tecido morto, a varejeira-do-novo-mundo ataca tecidos vivos, tornando a infestação especialmente perigosa. Embora comum na pecuária da América do Sul e do Caribe, casos em humanos permanecem raros.
Segundo especialistas, o risco para a população norte-americana é considerado muito baixo, pois o parasita ainda não está estabelecido no território dos EUA. No entanto, viajantes que se dirigem a regiões endêmicas precisam tomar precauções, especialmente se tiverem feridas abertas, já que as moscas depositam seus ovos nesses locais.
As áreas rurais com presença de gado são as mais vulneráveis, pois os animais são os principais hospedeiros da mosca. A infestação, conhecida como bicheira, pode ser fatal para o gado se não tratada, e representa um risco econômico significativo. Um eventual surto poderia impactar gravemente a pecuária americana, setor que movimenta mais de 100 bilhões de dólares.
Como resposta, o Departamento de Agricultura dos EUA mobilizou uma força-tarefa em parceria com agências internacionais, incluindo a ONU, para conter a propagação do parasita. Em casos humanos, o tratamento requer a remoção cirúrgica das larvas. Embora alarmante, a infecção é tratável se diagnosticada precocemente, e a vigilância epidemiológica segue ativa para evitar novos casos.
