
Uma descoberta perturbadora no deserto de Nevada, nos Estados Unidos, está sendo investigada por autoridades federais. No final de julho, mais de 100 montes de cinzas humanas foram encontrados organizadamente dispostos ao longo de uma estrada de terra próxima à comunidade de Searchlight, cerca de uma hora ao sul de Las Vegas.
As cinzas — conhecidas como “cremains” — estavam acompanhadas de braçadeiras plásticas e fragmentos de urnas funerárias, sugerindo que foram descartadas de forma deliberada. Apesar da exposição prolongada ao clima, os montes mantinham organização, o que surpreendeu os investigadores. Análises laboratoriais confirmaram que se tratava de restos humanos, mas nenhum dado de identificação foi localizado.
O caso está sendo conduzido pelo Bureau of Land Management (BLM), em parceria com o Departamento de Polícia Metropolitana de Las Vegas. A principal linha de investigação busca determinar quem depositou os restos no local e se houve violação das leis estaduais. Em Nevada, espalhar cinzas em áreas públicas não é crime, mas a legislação exige que funerárias ajam com respeito à dignidade dos mortos, o que pode não ter ocorrido neste caso.
Segundo diretrizes do BLM publicadas em 2011, cinzas humanas não são consideradas perigosas. No entanto, o descarte em grande escala, como o observado, pode gerar impactos ambientais e legais, exigindo até a criação de áreas específicas para esse fim — algo que foge à rotina da agência.
Apesar de especulações iniciais, autoridades descartaram ligação entre os restos encontrados e uma funerária local que havia encerrado atividades recentemente. A investigação segue em andamento, tentando esclarecer se o descarte foi um evento isolado ou parte de uma prática sistemática.
O Presidente Donald Trump ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso, mas fontes ligadas ao governo afirmam que o Departamento de Justiça acompanha a situação com atenção, dado o potencial impacto sobre normas federais de uso do solo e práticas funerárias.