Durante as comemorações do Dia da Vitória na China, realizadas em 3 de setembro em Pequim, a presença conjunta de Vladimir Putin, Xi Jinping e Kim Jong-un chamou atenção internacional. O evento contou com a participação de 26 líderes mundiais, sendo apenas dois de países ocidentais — os presidentes da Eslováquia e da Sérvia. A ausência de líderes como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, foi notável.
Apesar de não comparecer, Trump reagiu publicamente por meio de sua rede social. Em sua mensagem, questionou se o presidente Xi mencionaria o apoio e o sacrifício dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, quando soldados americanos ajudaram a libertar a China de uma invasão estrangeira. Trump destacou a perda de vidas americanas e afirmou esperar que esses soldados fossem lembrados na celebração.
Em tom diplomático, mas com uma pitada de ironia, Trump desejou um “grande e duradouro dia de celebração” ao povo chinês e enviou “calorosas saudações” a Putin e Kim Jong-un, acrescentando: “enquanto conspiram contra os Estados Unidos da América”.
O comentário foi interpretado como provocativo, especialmente em relação a Putin, com quem Trump ainda busca uma solução diplomática para o conflito na Ucrânia.
Durante o evento, Xi Jinping discursou na Praça da Paz Celestial, destacando que o mundo enfrenta hoje escolhas cruciais entre paz e guerra, diálogo e confronto. O desfile militar exibiu o poderio chinês, incluindo armas de última geração como sistemas de defesa a laser e o míssil hipersônico Dongfeng-5C, capaz de carregar até 12 ogivas nucleares e atingir qualquer ponto do planeta a velocidades de até 27.000 km/h.
O encerramento do evento foi marcado pela soltura de 80.000 pombas brancas, em um gesto simbólico de paz que contrastou com os sinais de tensão geopolítica crescente envolvendo Rússia, Coreia do Norte, China e o Ocidente, especialmente diante da guerra na Ucrânia e das tensões em torno de Taiwan.