O cientista da computação letão Roman Yampolskiy, professor de Ciência e Engenharia da Computação, fez previsões alarmantes sobre o futuro do trabalho frente ao avanço da inteligência artificial. Em entrevista ao podcast “Diary of a CEO”, Yampolskiy afirmou que, com a chegada iminente da Inteligência Artificial Geral (AGI), cerca de 99% dos empregos atuais podem ser substituídos por máquinas inteligentes em até cinco anos.
Segundo o especialista, a AGI — capaz de realizar qualquer tarefa cognitiva humana — poderá aprender, interagir e até se apresentar como um ser humano, colocando em risco profissões antes consideradas seguras, como apresentadores de podcast, contadores e até trabalhadores braçais. Ele argumenta que modelos de linguagem já conseguem entender e otimizar entrevistas melhor do que humanos e que robôs humanoides estão próximos de executar tarefas físicas com precisão.
Yampolskiy ressalta que a única razão para alguém manter um profissional humano no futuro seria por apego emocional ou tradição, comparando isso à compra de produtos artesanais, mais caros e menos eficientes. Ele cita o exemplo de Warren Buffett, que manteria um contador humano por preferência pessoal, mas considera esse tipo de escolha uma exceção.
Apesar do tom apocalíptico, o professor pondera que a existência da tecnologia não garante sua adoção imediata, lembrando que os videofones existiam desde os anos 1970, mas só se popularizaram com os smartphones décadas depois. Ainda assim, ele alerta que, com a AGI, empresas terão acesso a trabalho físico e cognitivo gratuito, o que tornaria economicamente inviável a contratação de humanos.
Yampolskiy encerra com uma provocação: “Eu não estou preocupado, vocês é que estão”, reacendendo o debate sobre os impactos sociais e econômicos da inteligência artificial e a urgência de discutir como a sociedade deve se preparar para essa transformação.