
Em uma entrevista ao podcast Diary of a CEO, o advogado norte-americano Jefferson Fisher, especialista em comunicação e julgamentos, revelou um indício linguístico que pode denunciar quando alguém está mentindo: o uso de palavras em extremos, como “nunca” e “sempre”.
Segundo Fisher, essas expressões absolutas são frequentemente utilizadas por pessoas que tentam sustentar uma mentira. Ele exemplificou com uma situação hipotética: ao ser questionado se já mandou mensagens enquanto dirigia, respondeu prontamente “Nunca mando mensagem. Nunca mando quando estou ao volante”. Para ele, essa resposta exagerada e imediata é um sinal claro de que a pessoa pode não estar sendo sincera.
O advogado explicou que a maioria dos motoristas já usou o celular ao dirigir em algum momento, e justamente por isso, uma negação tão enfática pode indicar tentativa de ocultação da verdade. Além do uso de extremos, Fisher destacou a rapidez na resposta como outro fator revelador, pois quem mente tende a responder sem refletir, evitando pausas que possam comprometer a narrativa.
Uma das estratégias sugeridas por Fisher para confrontar possíveis mentirosos é repetir a afirmação de forma questionadora, como no exemplo: “Você nunca manda mensagem quando dirige?”. Essa abordagem, segundo ele, costuma gerar desconforto e leva a pessoa a reformular sua resposta para algo mais plausível, como “às vezes, mas quase nunca”.
Fisher também recomenda oferecer uma saída ao interlocutor, reduzindo a pressão e criando um ambiente mais propício à honestidade. Dizer algo como “se você mandou mensagem, tudo bem” pode fazer com que o outro revele mais informações espontaneamente.
Outro recurso poderoso citado é o silêncio. Pausas longas e desconfortáveis tendem a desestabilizar quem está mentindo, pois criam um espaço de reflexão interna que pode levar à contradição ou à revelação da verdade.
Além de sua atuação como advogado, Jefferson Fisher é autor do livro The Next Conversation e apresenta o The Jefferson Fisher Podcast, onde compartilha técnicas de comunicação eficaz. Sua experiência em tribunais o levou a identificar padrões de linguagem que ajudam a distinguir a verdade da mentira — e, entre eles, os absolutos “nunca” e “sempre” se destacam como sinais reveladores.