Na manhã de 10 de setembro, a Polônia declarou ter abatido diversos drones russos que violaram seu espaço aéreo ao longo de várias horas, em um episódio classificado por Varsóvia como uma “provocação em larga escala”. A operação mobilizou a defesa aérea do país com apoio de aliados da OTAN.
Segundo a agência Associated Press, embora outras incursões já tenham sido registradas desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, a intensidade desta última chamou a atenção. A chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, afirmou que essa foi a violação mais grave do espaço aéreo europeu desde o início do conflito, sugerindo que a ação foi deliberada.
Em resposta, o Ministério da Defesa da Rússia alegou que os drones não tinham como alvo o território polonês e que o alcance dos VANTs utilizados não ultrapassava 700 km. Apesar disso, Moscou se disse disposta a manter consultas com o Ministério da Defesa polonês.
O histórico de tensões entre os dois países inclui incidentes anteriores: em agosto, um drone russo caiu e explodiu em um milharal na Polônia; em março, caças poloneses foram acionados após um míssil russo cruzar brevemente o espaço aéreo polonês; e em 2022, um míssil — provavelmente ucraniano — matou duas pessoas na Polônia durante uma tentativa de interceptar um ataque russo.
O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, reiterou a gravidade do incidente recente. A reação foi imediata em toda a Europa. O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, expressou solidariedade à Polônia e reforçou a necessidade de paz na guerra entre Rússia e Ucrânia. Já o presidente da Romênia, Nicusor Dan, acusou Moscou de comportamento agressivo e de minar os esforços diplomáticos.
O episódio aumentou a pressão internacional sobre a Rússia e fortaleceu a cooperação entre os países da OTAN, ampliando a mobilização diplomática em torno da segurança no continente europeu.