O horário de verão, suspenso desde 2019, pode retornar ao calendário brasileiro em 2025. A possibilidade está sendo analisada pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), diante da previsão de sobrecarga no fornecimento de energia entre 18h e 21h nos próximos anos. Segundo o Plano de Operação Energética de 2025 (PEN 2025), a demanda nesse período poderá exigir o acionamento de usinas térmicas, que têm custos elevados e maior impacto ambiental.
A adoção do horário de verão ajudaria a reduzir o pico de consumo, aliviando o Sistema Interligado Nacional (SIN) em até 2 gigawatts. Além disso, o ajuste no relógio poderia otimizar o uso de fontes renováveis, como a energia solar e eólica, que nem sempre coincidem com os horários de maior demanda.
O ministro Alexandre Silveira declarou que a decisão sobre o retorno da medida deve ser tomada até setembro, mas até o momento não houve definição oficial. A palavra final caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Caso aprovada, a medida deve vigorar entre outubro e fevereiro, embora as datas exatas ainda não estejam definidas.
O horário de verão foi encerrado durante o governo de Jair Bolsonaro, com base em estudos que indicavam pouca eficácia na economia de energia. Atualmente, o MME afirma que as condições dos reservatórios são favoráveis e que não há risco de desabastecimento até fevereiro de 2026, mas o tema continua em análise.
No Congresso Nacional, a discussão também avança. A Comissão de Saúde da Câmara aprovou um projeto de lei que propõe proibir definitivamente o horário de verão, alegando riscos à saúde como distúrbios do sono, fadiga e problemas cardiovasculares. O texto ainda será analisado por outras comissões, incluindo a de Constituição e Justiça.
Enquanto isso, especialistas, autoridades e parlamentares seguem divididos sobre os benefícios e prejuízos da volta do horário de verão, que historicamente alterou a rotina de milhões de brasileiros.
