A NASA divulgou um novo estudo que revela um aumento significativo na atividade solar desde 2008, contrariando previsões anteriores de que o Sol entraria em um longo período de baixa atividade. Segundo os dados, entre 2008 e 2025, o vento solar — fluxo de partículas carregadas emitidas pela estrela — aumentou sua velocidade em 6%, sua densidade em 26% e sua temperatura em 29%. A pressão e a energia desse fluxo cresceram entre 30% e 45%, e o campo magnético do Sol ficou mais de 30% mais forte.
Esses dados foram publicados no periódico científico The Astrophysical Journal Letters e têm como principal autor Jamie Jasinski, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA. Jasinski afirma que os cientistas esperavam uma fase prolongada de calmaria solar, mas a realidade surpreendeu: “O Sol está lentamente despertando”, declarou.
Esse aumento na atividade solar pode ter efeitos diretos na Terra. Eventos como erupções solares e ejeções de massa coronal podem afetar satélites, sistemas de GPS, comunicações por rádio e até provocar apagões em redes elétricas. Por outro lado, também intensificam fenômenos naturais como as auroras boreais e austrais, que iluminam os céus com cores vibrantes.
Apesar do avanço nas medições, a ciência ainda não compreende completamente os ciclos solares de longo prazo. Um exemplo é o período entre 1790 e 1830, quando o Sol passou por um mínimo prolongado que permanece inexplicado até hoje. Jasinski destaca que as tendências solares de longo prazo são imprevisíveis e ainda não totalmente compreendidas.
O estudo reforça a importância do monitoramento contínuo da atividade solar, já que o Sol continua sendo uma força vital — e misteriosa — para a vida na Terra.