Ao longo da história, a humanidade tem sido marcada por previsões apocalípticas que, apesar de nunca se concretizarem, continuam a atrair seguidores e provocar reações intensas. Entre os exemplos mais recentes está a profecia de Joshua Mhlakela, um pregador sul-africano que afirmou que o arrebatamento ocorreria nos dias 23 e 24 de setembro. Segundo ele, seria o momento em que Jesus Cristo retornaria para levar os cristãos fiéis ao céu, deixando o restante da humanidade para enfrentar o julgamento divino.
A mensagem de Mhlakela ganhou grande repercussão nas redes sociais, especialmente no TikTok, e levou algumas pessoas a tomarem decisões drásticas. Há relatos de indivíduos que venderam seus bens, abandonaram empregos e se desfizeram de propriedades, acreditando que o mundo estaria prestes a acabar. Uma mulher, por exemplo, vendeu sua casa por não ver sentido em mantê-la diante do suposto fim iminente.
A ideia do arrebatamento, amplamente difundida em círculos religiosos cristãos, envolve a ressurreição dos mortos em Cristo e sua ascensão, junto aos vivos fiéis, aos céus. Os que permanecerem na Terra enfrentariam a chamada “ira de Deus”, com fenômenos catastróficos como o escurecimento do sol, a lua vermelha e a ascensão do Anticristo, figura que, segundo a crença, dominaria a humanidade até a segunda vinda de Cristo.
Apesar de previsões semelhantes já terem falhado repetidamente — como o temor do “bug do milênio” em 1999 ou a profecia baseada no calendário maia em 2012 —, a crença no fim do mundo continua viva. Para muitos, trata-se de uma questão de fé; para outros, um reflexo do fascínio humano pela ideia de um desfecho definitivo para a existência.
O fenômeno mostra como interpretações religiosas e expectativas apocalípticas ainda têm força para mobilizar pessoas, influenciar comportamentos e gerar debates sobre espiritualidade, medo e esperança.