No último domingo, o funeral de Charlie Kirk, cofundador da organização conservadora Turning Point USA, reuniu milhares de pessoas no State Farm Stadium, no Arizona, e chamou atenção por um momento inesperado entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o empresário Elon Musk.
Kirk foi assassinado em 10 de setembro, enquanto discursava em um evento na Utah Valley University. O crime gerou comoção nacional e reacendeu discussões sobre segurança em eventos públicos e liberdade de expressão. O FBI prendeu Tyler Robinson, de 22 anos, acusado de homicídio qualificado e outros seis crimes graves.
Durante a cerimônia fúnebre, Trump e Musk foram vistos sentados lado a lado, apesar dos embates públicos recentes entre os dois. Segundo a especialista em leitura labial Nicola Hickling, Trump iniciou a conversa com um educado “como você está?”, seguido de uma menção ao desejo de Musk de conversar. A troca de palavras foi breve, mas simbólica. Trump teria dito: “Vamos tentar descobrir como voltar aos trilhos”, ao que Musk respondeu com um aceno afirmativo. Em seguida, os dois apertaram as mãos, e Trump finalizou com: “Senti sua falta.” Musk logo se levantou e se afastou.
O gesto de cordialidade surpreendeu, especialmente após meses de tensões. Musk criticou duramente a proposta legislativa de Trump, apelidada de “One Big Beautiful Bill”, alegando que ela poderia gerar um rombo bilionário nas finanças públicas. Trump respondeu com ataques pessoais, chamando Musk de “artista de conversa fiada” e sugerindo que ele “voltasse para seu país de origem”. Musk, por sua vez, insinuou que Trump poderia estar envolvido no caso Jeffrey Epstein, o que elevou ainda mais o tom das disputas.
Apesar das divergências, o reencontro no funeral indicou uma possível reaproximação. Em meio ao luto e à comoção, o breve diálogo entre Trump e Musk foi interpretado como um gesto de trégua e respeito mútuo, mesmo que momentâneo.