A tensão entre Rússia e Reino Unido aumentou após declarações polêmicas de figuras próximas ao presidente russo Vladimir Putin. Em um programa da televisão estatal russa, o apresentador Vladimir Solovyov e o estrategista do Kremlin Sergei Karaganov discutiram abertamente a possibilidade de ataques nucleares contra alvos britânicos. Karaganov defendeu o uso de armas nucleares táticas como forma de evitar um confronto direto com os Estados Unidos, alegando que a guerra nuclear “pode ser vencida” e que não utilizar esse recurso, em certos cenários, seria um “pecado ainda mais grave”.
Durante o debate, os dois sugeriram que duas bombas nucleares seriam suficientes para demonstrar a seriedade da ameaça russa, com Solovyov mencionando Oxford e Cambridge como possíveis alvos, por simbolizarem a elite britânica. Karaganov chegou a afirmar que o Reino Unido “deveria ser apagado do mapa”.
Essas declarações ocorrem em um momento de mudanças no discurso internacional sobre a guerra na Ucrânia. O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou recentemente acreditar que a Ucrânia pode recuperar todo o seu território original com o apoio da OTAN e da Europa. Ele também classificou a Rússia como um “tigre de papel” e disse que a guerra já deveria ter sido vencida por uma potência militar real.
A resposta do Kremlin veio através do porta-voz Dmitry Peskov, que rebateu chamando a Rússia de “urso, não tigre” e acusou Trump de estar “profundamente enganado”. Para Moscou, a guerra tem propósito e não será facilmente vencida por Kiev.
As ameaças nucleares reacendem temores de um conflito em escala global e lembram os tempos da Guerra Fria, elevando a preocupação com os rumos do confronto no Leste Europeu e o papel das grandes potências na manutenção da estabilidade internacional.