O pequeno José Miguel Borges, de 9 anos, conhecido como Miguelzinho, recebeu alta do Hemorio, no Rio de Janeiro, depois de enfrentar 2 anos e 8 meses de tratamento contra uma leucemia mieloide aguda, um tipo raro da doença em crianças. Ao deixar o hospital, ele revelou o sonho de se tornar médico para ajudar outras crianças que vivem a mesma luta.
“É o fim de um ciclo e um recomeço, porque é como se eu tivesse nascido de novo. Mas não como um bebê, com nove anos mais maduro”, disse Miguelzinho.
Diagnosticado aos 7 anos, o menino passou por uma rotina intensa de consultas, quimioterapia e até 18 comprimidos por dia. Enjoos, dores de cabeça e falta de apetite fizeram parte da rotina, mas a força de vontade foi determinante para que ele chegasse até a alta.
++ Casal com 19 anos de diferença anuncia primeira gravidez: “Estamos animados”
Segundo a chefe do setor de pediatria do Hemorio, Daniela Leite, o caso exigiu ainda mais cuidado. “Esse subtipo específico do José Miguel traz para a gente muita preocupação no diagnóstico inicial porque ele tem um risco muito aumentado de sangramentos importantes. O comprometimento da família com esse tratamento, de nunca faltar às consultas, de estar sempre aqui disponível, foi fundamental. E, claro, essa grande disponibilidade desse menino tão incrível, sempre acreditando que esse desfecho ia ser positivo”, afirmou.
Com o fim da quimioterapia, Miguelzinho pôde se despedir da rotina hospitalar e voltar a sonhar com a escola e com os pratos preferidos da mãe. “Porque agora, como eu cresci, estou ficando com muita fome! Até a minha mãe, quando eu como alguma coisa, ela fala: ‘gente, você já tá comendo outro prato?’ Eu gosto sabe de quê? Gosto muito de macarrão, mas eu gosto de uma coisa mais chique: um peixinho com pirãozinho e um arroz”, contou, animado.
++ Jovem cortado ao meio por uma empilhadeira compartilha foto chocante do acidente
Apesar da alta, o acompanhamento médico continua. A cura só pode ser confirmada após cinco anos sem sinais da doença. Durante todo o processo, Miguelzinho contou com a dedicação da mãe, Rose Borges, mãe solo, que esteve ao lado dele em cada etapa. “Muitas vezes eu corria para o banheiro, chorava, secava as lágrimas, voltava para ter ele, para abraçar. Mas Deus foi sustentando e a gente conseguiu passar por todo esse processo juntos”, desabafou.
Além do apoio da família e dos médicos, o menino também encontrou força na internet. Ele criou uma página para falar sobre a importância do diagnóstico precoce da leucemia e incentivar a doação de sangue e de medula óssea. “É muito importante ser um doador porque você vai salvar vidas de pessoas, você vai ser um herói na vida delas”, disse.
A alta foi celebrada de forma especial: Miguelzinho foi surpreendido por super-heróis que apareceram no hospital para comemorar o momento. Agora, o próximo passo é seguir os planos de futuro. “Eu penso em ser médico pediatra para cuidar de crianças. Eu quero ser médico porque eles cuidaram de mim”, afirmou.
Não deixe de curtir nossa página no Facebook , no Twitter e também no Instagram para mais notícias do PaiPee.