Em meio ao agravamento das tensões entre a Rússia e a OTAN, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou ter ordenado o deslocamento de um submarino nuclear norte-americano para uma área próxima ao território russo. A declaração foi feita durante um evento em 30 de setembro, quando Trump classificou o submarino como “a arma mais letal já criada” e destacou a superioridade tecnológica dos EUA nesse setor, afirmando que o equipamento é indetectável e coloca o país 25 anos à frente de Rússia e China.
A ação teria ocorrido em agosto, como resposta a declarações de Dmitry Medvedev, ex-primeiro-ministro russo, que mencionou o “Dead Hand” — o sistema de retaliação nuclear automática da Rússia. Trump reforçou que, embora os EUA possuam um arsenal nuclear superior, o uso dessas armas deve ser evitado a todo custo, ressaltando que mesmo um pequeno número de ogivas nucleares já seria capaz de causar destruição em larga escala.
Durante o discurso, Trump também criticou o uso recorrente da palavra “nuclear” no debate público, chamando-a de “palavra com N” e defendendo maior cautela ao tratar do tema. As declarações foram feitas em um contexto de novas acusações contra a Rússia por violações do espaço aéreo de países da OTAN, como Estônia e Polônia. Em resposta, a Polônia acionou o Artigo 4 do tratado da aliança, que prevê consultas entre os países membros em caso de ameaça à segurança de um aliado.
Questionado sobre como a OTAN deveria reagir a futuras incursões russas, Trump afirmou que os aviões invasores deveriam ser abatidos. A resposta provocou reação imediata do embaixador russo na França, Alexey Meshkov, que alertou que tal atitude poderia significar o início de uma guerra.
As falas de Trump reacendem o debate sobre o risco de uma escalada militar global e evidenciam como o tema nuclear continua sendo um dos mais sensíveis e perigosos da política internacional contemporânea.