A cineasta brasileira Bárbara Marques permanece sob custódia do Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas (ICE) dos Estados Unidos desde 16 de setembro, e seu caso tem gerado ampla repercussão nas redes sociais e na imprensa. Segundo seu marido, o norte-americano Tucker May, Bárbara teve acesso a equipamentos médicos negado pelas autoridades e precisou usar os próprios sapatos como travesseiro durante a noite do dia 2 de outubro.
Inicialmente detida na Califórnia, onde reside com o marido há mais de cinco anos, Bárbara foi transferida para um centro de detenção no estado da Louisiana, a mais de 3 mil quilômetros de distância. Recentemente, Tucker recebeu informações de que ela estaria no Arizona, possivelmente em trajeto de retorno para casa, embora a situação ainda permaneça incerta.
A detenção ocorreu durante uma audiência relacionada ao processo de obtenção do green card. Bárbara foi separada do advogado e levada pelas autoridades sob a justificativa de que teria faltado a uma audiência judicial em 2019. O casal, no entanto, afirma que jamais foi informado sobre tal compromisso.
A atriz Elisa Lucinda, tia de Bárbara, também se manifestou nas redes sociais, informando que a família entrou com uma petição contra a deportação da cineasta. “Estamos na expectativa da decisão do juiz em favor dela”, declarou.
A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Espírito Santo enviou um ofício ao Ministério das Relações Exteriores pedindo providências diplomáticas. O Itamaraty, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Los Angeles, confirmou que acompanha o caso e presta assistência consular à brasileira.
Até o momento, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil não se pronunciou oficialmente. O caso ocorre em meio a um contexto de endurecimento das políticas migratórias sob a administração do presidente Donald Trump, que tem adotado medidas mais rígidas contra imigrantes em situação irregular.